Por: Claudemir Zafalon
O dólar americano caminha para encerrar o primeiro semestre de 2025 com seu pior desempenho desde 1973, pressionado por crescentes expectativas de que o Federal Reserve iniciará uma flexibilização monetária ainda neste ano. As perdas se intensificaram nesta quinta-feira após declarações do ex-presidente Donald Trump, que sugeriu mudanças na liderança do banco central caso seja eleito, aumentando a incerteza nos mercados financeiros.
Com o dólar em queda, os mercados de commodities, como o cacau, seguem operando com forte volatilidade. O contrato de setembro na Bolsa de Nova York oscilou entre US$ 8.630 e US$ 8.973 por tonelada, encerrando o pregão em US$ 8.696 — uma queda diária de US$ 67. O volume negociado foi de 13.042 contratos, com 6.383 lotes efetivamente movimentados. O interesse em aberto teve leve retração, ficando em 87.658 contratos.
O mercado de cacau continua sensível a informações divergentes sobre a produção nos principais países produtores da África Ocidental. Notícias desencontradas sobre o clima e as condições das lavouras na Costa do Marfim e em Gana têm mantido os investidores cautelosos, resultando em movimentos erráticos nos preços futuros.
Nos Estados Unidos, os estoques certificados de cacau monitorados pela ICE apresentaram pequena queda, somando agora 2.317.489 sacas. O volume de entregas físicas segue discreto, com 564 contratos registrados até o momento, sem novas entregas contabilizadas no pregão anterior.
No Brasil, o contrato futuro de câmbio para julho, com vencimento em 30 de junho, manteve relativa estabilidade e está cotado a R$ 5,543 por dólar, refletindo o equilíbrio entre a pressão do dólar externo e os fatores internos da economia brasileira.
Com o semestre se aproximando do fim, os mercados financeiros e de commodities operam sob um pano de fundo de elevada incerteza — tanto sobre a política monetária dos Estados Unidos quanto sobre a oferta global de cacau —, mantendo os agentes atentos aos desdobramentos climáticos na África e às movimentações políticas em Washington.
Fonte: mercadodocacau