O dólar operava em alta ante do real nesta terça-feira, já tendo alternado leves ganhos e perdas, com investidores adotando cautela na véspera de decisão de juros nos Estados Unidos, quando o mercado doméstico não funcionará pelo feriado de Finados.
Às 10:24, o dólar avançava 0,34 por cento, a 3,2009 reais na venda, depois de bater 3,1786 reais na mínima do dia e 3,2030 reais na máxima. O dólar futuro operava com ligeira alta de cerca de 0,40 por cento.
“Acho que o Fed não vai trazer novidade em termos de juros, mas a reunião traz cautela. A questão das eleições também estão no radar”, comentou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, referindo-se à eleição presidencial nos Estados Unidos, marcada para o próximo dia 8.
O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, não deve mudar a taxa de juros na quarta-feira, mas se prepara para um cenário de alta em dezembro em meio a sinais de que a economia está acelerando.
O Fed tem elevado cada vez mais a confiança sobre alta dos juros e sua chair, Janet Yellen, disse em setembro que uma mudança antes do final do ano era provável se o emprego e a inflação continuassem a se fortalecer.
As chances de novo aperto monetário em dezembro estavam em 78 por cento nesta manhã, segundo o FedWatch do grupo CME. Atualmente, a taxa de juros dos EUA está entre 0,25 e 0,50 por cento.
Eventual aumento nos juros na maior economia do mundo tende a atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, o que poderia pressionar o câmbio local.
Operadores também ressaltavam o fato de que, na noite passada, terminou o prazo para regularização de ativos mantidos por brasileiros no exterior, o que vinha contribuindo para puxar o dólar para baixo nos últimos pregões. Em outubro, a moeda norte-americana cedeu 1,9 por cento e foi abaixo de 3,20 reais.
A expectativa é de que o governo consiga arrecadar, com multas e impostos, mais de 50 bilhões de reais com a regularização.
O fato de o Banco Central ter decidido não anular o equivalente a 2,96 bilhões de dólares em swaps tradicionais, equivalente à venda futura de dólares, com vencimento nesta sessão pode ter alguma pressão remanescente no câmbio.
“O anúncio já aconteceu há dias, mas sempre pode haver alguma pressão residual no câmbio”, comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.
O BC vendeu nesta manhã o lote integral de 5 mil contratos em swap cambial reverso, equivalente à compra futura de moeda.
Fonte: Reuters