Efeito COVID-19 achata demanda nacional por derivados de cacau e processadores operam deságios -usd450 na formação de preços ao produtor.

Indústrias processadoras de cacau, situadas na Bahia entre o eixo Ilhéus – Itabuna, reduziram significativamente os preços pagos aos produtores.

Os valores internos, são parametrizados oficialmente a partir dos níveis apresentados na bolsa NY Ice. Adicionado aos preços NY, os diferenciais ou prêmios são remunerados de acordo as necessidades de aquisição da principal matéria prima pelas moageiras. Há menos de 15 dias atrás, os diferenciais estavam em média +usd300 e foram reduzidos rapidamente para um mínimo de -usd450, causando um forte impacto na receita dos agricultores. Historicamente, o mercado local apresentou deságio de -usd900 no decorrer da super safra 15/16. Comparando os dois momentos, a diferença reside na demanda. Considerando que em 2015 o consumo interno apresentava-se dentro da normalidade, significa que os indicies negativos atuais poderão se ampliar nos próximos meses, visto que, estamos apenas iniciando as entradas da nova safra.  

Retração na demanda interna

As indústrias, alegam que o fator preponderante para a redução se apresenta na crise econômica global, causada pela incidência do Coronavírus. O aperto, vem provocando uma expressiva redução na demanda de derivados, principalmente Manteiga e Líquor de cacau. Do lado interno, os efeitos se expressaram mediante os resultados pessimistas nas vendas de chocolates da última Páscoa. O evento, consiste em média de 30% do faturamento anual de todo setor nacional de chocolates. A propósito, nos últimos anos registrou-se um significativo incremento na demanda interna.  Animados, os produtores incidiram em novas plantações, como também, elevaram os tratos culturais nas lavouras de cacau. 

Paralisação de fábricas

Fontes comentam da possibilidade de paralisação temporária de uma das indústrias. Ressaltam, que além da retração natural das vendas futuras, discorrem em cancelamentos de contratos representativos, pactuados com chocolateiros brasileiros, inclusive de grande porte. Apesar dos rumores, duas das indústrias tranquilizam os produtores, garantindo que manterão os padrões normais da originação durante a safra corrente.  

Câmbio e Safra robusta

As cotações atuais da moeda americana, prevalecem como o principal pilar para manutenção dos preços das amêndoas, mostrando-se incisivamente acima da média dos últimos cinco anos. Tomando por base a cotação dólar hoje (07/05/2020) em R$5,8240, Bolsa NY valendo US $2.382 / tonelada e diferencial -usd450 o preço nominal em reais, incide em R$168,78 por arroba na Bahia, ou seja, uma redução de 21,4% sobre o preço praticado há quinze dias, R$205,00.

A safra oficial brasileira computada entre maio/20 e abril/21, determina uma previsão de entradas acima da média dos últimos três anos. O Estado do Pará, destaca-se sob a perspectiva de entregar mais uma produção recorde. Analistas comentam, que os números animadores para as colheitas nos próximos meses, também motivaram os processadores para aplicação dos deságios sobre os diferenciais NY.

As moageiras, se compõem de três importantes multinacionais, que originam próximo de 95% da totalidade da produção brasileira de cacau e comercializam a maior porção dos subprodutos, para o seguimento chocolateiro do mercado interno.

Fonte: mercadodocacau

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