O líder do Assentamento Terra Vista, localizado em Arataca, sul da Bahia, Joelson Ferreira, apresentou à imprensa inglesa presente no Salon du Chocolat, em Paris, o Programa de Recuperação da Mata Atlântica, que visa promover a recuperação de 400 mil hectares de cacau cabruca e sistemas agroflorestais, somada à inclusão social, ambiental e produtiva da comunidade inserida no bioma na Bahia.
Admirada, a jornalista elogiou as práticas agroecológicas promovidas pelo programa e declarou que nunca se deparou “com um programa de tamanha envergadura e projeção”. A ação envolve 92 municípios baianos e várias organizações, como Teia dos Povos e Instituto Biofábrica de Cacau, e deve ser concluída em oito anos, com investimento total de R$ 4,5 bilhões, gerando 120 mil empregos diretos e indiretos. Um ganho para todo o Brasil.
O Terra Vista já mostra na prática seu pilar agroecológico, que teve contribuição do Instituto Cabruca na transição. Fruto do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), tem 90% das suas áreas restauradas com Mata Atlântica, matrizes e porta-sementes cadastradas e georreferenciadas.
O assentamento consolida na Mata Atlântica sul baiana a realidade que o mundo quer e almeja: um sistema sustentável, equilibrado, agroecológico e de formação contextualizada na educação. Para tanto, conta ainda com o apoio do Centro de Desenvolvimento Ambiental e de Cidadania (CDAC), através de Wallace Setenta na Conservação Produtiva, atualmente somando esforços com o Instituto Biofábrica de Cacau.
Ao Salon du Chocolat, o assentamento levou ainda seu chocolate 100% orgânico feito com amêndoas de alta qualidade, que leva o nome do Terra Vista e representou o Litoral Sul da Bahia no festival francês. O assentamento vai para além das cercas, com uma proposta inovadora de inclusão social, econômica e ambiental, atrelando teoria e prática com experiência agroecológica de mais 15 anos.
Fonte: Ascom Biofábrica