Engenheiro baiano aplica técnica de nutrição e dobra produtividade do cacaueiro

Por Nanci Macedo

A cacauicultura brasileira, marcada por desafios históricos e pela busca constante por inovação, começa a colher frutos de uma estratégia que organiza a nutrição do cacaueiro conforme suas fases de desenvolvimento. O Mercado do Cacau conversou com exclusividade com o engenheiro agrônomo Adson dos Santos Oliveira, do Baixo Sul da Bahia, que aplica a metodologia em lavouras da região e já observa resultados consistentes.

A chamada nutrição por fase fenológica parte de uma premissa simples: o cacaueiro não demanda os mesmos nutrientes durante todo o ano. Cada etapa do ciclo – da emissão de folhas ao enchimento dos frutos – requer quantidades distintas. “Na fase de enchimento, por exemplo, o cacaueiro pode necessitar de até 60% do potássio anual em apenas três ou quatro meses. Se não atendemos essa necessidade, a planta retorna para a fase vegetativa, e as perdas são inevitáveis”, explica o agrônomo. Se nesta fase forem aplicadas altas doses de nitrogênio, por exemplo, a planta retorna para a fase vegetativa, e as perdas são inevitáveis”, explica o agrônomo. 

Com mais de 25 anos de experiência, Adson construiu uma carreira marcada pela prática em campo e pelo conhecimento científico. Iniciou sua trajetória na EMARC Valença aos 16 anos, graduou-se em Agronomia, concluiu mestrado e hoje cursa doutorado em Produção Vegetal na UESC. Em 2013, fundou a AGROS Consultoria Agronômica, que atende produtores e instituições ligadas ao setor.

Sua metodologia combina duas bases: o respeito às fases fenológicas e a manutenção da saúde do cacaueiro, favorecendo a resistência natural da planta e reduzindo sua vulnerabilidade a doenças.

Em campo, os resultados são expressivos. Lavouras em início de aplicação registram 120 arrobas por hectare, áreas em estabilização chegam a 160 arrobas e, nas propriedades em plena adoção da técnica, a previsão para a safra 2025/2026 é de 310 a 330 arrobas por hectare.

“Não é uma tecnologia complicada nem inacessível. É a boa agronomia aplicada de forma criteriosa: correção do solo, análise foliar, manejo integrado de pragas e adubação feita no momento certo. A excelência está no básico bem-feito”, reforça Adson.

A estratégia também se mostra acessível a pequenos produtores, desde que haja potencial produtivo e acompanhamento técnico. Além disso, as lavouras apresentam baixíssima incidência de doenças mesmo após meses sem defensivos, sinal de equilíbrio fisiológico proporcionado pela nutrição adequada.

Para o agrônomo, o futuro da cacauicultura depende de aprofundar esse caminho. “Outras culturas, como a bananeira, já aplicam adubação fenológica de forma consolidada. O cacau ainda carece desse conhecimento. Mas é justamente aí que está a oportunidade: avançar nos estudos, transformar em prática e ampliar a competitividade da cadeia no Brasil”, avalia.

A estratégia já está em uso em todas as lavouras assessoradas pela AGROS e se firma como uma das ferramentas mais promissoras para a modernização da cacauicultura brasileira.

Para mais informações com Adson, entrar em contato com 73 99816-8845 ou adson.agros@gmail.com

Fonte: mercadodocacau

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