Exportação é desafio para produtor de cacau

A cadeia produtiva de cacau tem pleiteado diversas medidas de prevenção e manutenção do status sanitário das lavouras brasileiras. Isso porque, com a queda no processamento industrial, as exportações entraram no radar dos produtores e são consideradas um grande desafio.Uma das principais dificuldades de acesso ao mercado internacional é a concorrência. Especialistas ouvidos pelo DCI estimam que os dois maiores países produtores, Gana e Costa do Marfim, colham juntos quase um milhão de toneladas de cacau com qualidade nível A. Em contrapartida, na safra 2014/ 2015 o Brasil produziu cerca de 230 mil toneladas e o patamar qualitativo ainda é inferior ao africano.

 

O Brasil vem se recuperando. Com a retração da moagem no mercado nacional, a produção vai ser maior que o processamento. O maior desafio que temos hoje é reorganizarmos o mercado para voltarmos a ser grandes exportadores como éramos antes da vassoura de bruxa , diz o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Guilherme Moura.

 

Dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) indicam que a Páscoa deste ano apresentou queda de 30% nas vendas em relação a 2014.

 

Para o analista do Mercado do Cacau Adilson Reis, o resultado da comercialização de chocolate na principal data do ano para o setor, a Páscoa, foi um forte indicativo de crise no mercado interno. Ela vem no sentido contrário: começa no consumidor, passa para o varejo, indústria e segue até chegar ao produtor , explica.

 

Conforme publicado no DCI, dados da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) mostram que, em 2014, foram processados 224 mil toneladas da amêndoa. Para este ano a estimativa é de retração de 10%, ocasionando uma baixa para algo em torno de 200 mil toneladas. Caso a expectativa seja consolidada, este será o menor volume processado desde 2004 e a terceira queda anual consecutiva.

 

Recomendamos que o produtor comece a trabalhar com tipos especiais, cacau fino. É algo que o mercado internacional está pedindo muito , sugere o analista.

 

Pleitos

Em julho, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou ao Ministério da Agricultura a imediata revisão das Análises de Risco de Pragas do cacau de países que exportam este produto para o Brasil, entre os quais Costa do Marfim, Gana e Camarões. A preocupação é com o risco de disseminação de novas pragas na lavoura. Dentro das próximas semanas o setor se reunirá com o governo.

 

As importações acontecem no chamado regime especial de drawback, onde o produtor compra a amêndoa de alta qualidade e vende os subprodutos (liquor, pó, manteiga e torta) sem impostos. Fonte: DCI

 

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