Gana prevê colheita de cacau acima das expectativas com clima favorável e recuperação das lavouras

A produção de cacau de Gana na temporada 2025/26, iniciada neste mês, deve superar a meta inicial do governo de 650 mil toneladas métricas, impulsionada por condições climáticas favoráveis e pelo avanço nos programas de renovação de lavouras, segundo o ministro da Agricultura, Eric Opoku.

Durante o Diálogo Internacional Norman Borlaug 2025, realizado em Des Moines (Iowa, EUA), o ministro afirmou que os primeiros rendimentos da safra principal estão acima do esperado e que doenças como o “swollen shoot” (broto inchado) estão sob melhor controle. “Estamos colhendo os frutos do trabalho de reabilitação e da luta contra as pragas e a mineração ilegal que vinha destruindo as plantações”, disse Opoku.

Na temporada anterior, Gana — segundo maior produtor mundial de cacau — enfrentou uma das piores colheitas das últimas décadas, com produção estimada em 500 mil toneladas, afetada por chuvas irregulares, disseminação de doenças e o avanço da mineração ilegal sobre áreas agrícolas.
Com a recuperação parcial das fazendas e o fortalecimento das cooperativas locais, o governo projeta agora uma reversão significativa para o ciclo 2025/26, reforçando o papel do país na recomposição da oferta global.

Mesmo após o recuo das cotações internacionais — que caíram de níveis recordes acima de US$ 12.000 por tonelada para cerca de US$ 6.200/t em Nova York —, o ministro destacou que os valores ainda são altamente remuneradores para os produtores.
O preço interno ao produtor foi elevado duas vezes antes do início da colheita, atingindo US$ 4.640 por tonelada, o maior patamar já pago no país.

Segundo Opoku, esse reajuste reduz a diferença em relação aos países vizinhos, diminuindo o incentivo ao contrabando de grãos, prática recorrente nos últimos anos. “Não acredito que o contrabando será um problema agora. Nossos preços estão competitivos e justos”, afirmou.

Outro foco estratégico do governo ganês é aumentar o processamento doméstico de cacau, que atualmente representa menos de 30% da produção total. O objetivo é agregar valor por meio da exportação de manteiga, licor e pó de cacau, reduzindo a dependência das vendas de grãos crus e ampliando a receita em moeda estrangeira.

“Queremos transformar Gana em um polo industrial do cacau, não apenas um exportador de matéria-prima”, declarou o ministro. Essa meta está alinhada com o movimento regional de países produtores que buscam maior participação nas margens da cadeia global do chocolate, hoje concentradas nas indústrias europeias e norte-americanas.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters

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