O produtor rural baiano vive um dos piores momentos de sua história. São mais de cinco anos sofrendo com a seca, considerada a pior dos últimos cem anos. O setor agropecuário, único segmento que ainda conseguia apresentar números positivos diante da atual crise econômica e social no país, amargou uma queda brusca em 2016 – conforme PIB divulgado na semana passada.
Diante deste cenário, o aumento de mais de 80% (oitenta por cento) do valor cobrado pela emissão de Guia de Trânsito Animal – GTA, que passará de R$2,20 para R$4,00, é visto de forma inoportuna pelos produtores, pois irá afetar diretamente a economia das famílias prejudicadas pelas longas estiagens e pelos demais problemas que afligem o meio rural.
“Em momento algum contestamos o pagamento pela emissão da GTA, muito menos a importância de fortalecimento do Fundo de Combate à Febre Aftosa, embora neste particular, mereça maior atenção quanto à gestão do Fundo. Entretanto, esse aumento precisa ser melhor discutido, com participação dos setores envolvidos.
O mesmo Estado que reconhece a grave crise, com quase todo o território em estado de emergência em razão da seca, precisa também ter sensibilidade para atender este pleito dos produtores rurais baianos e adiar a cobrança do novo e exorbitante valor”, ponderou João Martins, presidente do Sistema FAEB e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A FAEB – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia, que já enviou ofício ao Governador Rui Costa ponderando o assunto, solicita o adiamento do aumento por pelo menos (noventa) dias, para reexame da matéria e fixação da taxa em patamar inferior.
“Estamos esperando que prevaleça o bom senso neste momento em que todos somam esforços para amenizar o sofrimento das pessoas do campo. Contudo, caso não seja encontrada uma solução administrativa, a FAEB irá recorrer às vias judiciais, com objetivo de defender os interesses dos produtores rurais da Bahia”, finalizou João Martins.