No momento em que o Ministério da Agricultura articula a edição de uma Medida Provisória para resolver o problema dos produtores de cacau endividados, um aceno positivo, também trabalha na direção oposta, uma decisão que praticamente extingue a Ceplac.
Explicando: com carência de pessoal para as funções de fiscais federais e agentes de atividades agropecuárias, o Ministério da Agricultura determinou a transferência de 611 funcionários da Ceplac para a Secretaria de Defesa Agropecuária, o que, na prática, decreta o fim da pesquisa e da extensão justo na hora em que eles celebram o avanço na produtividade e qualidade.
Sem mistura — Numa nota técnica, sem assinatura, mas oriunda da direção da Ceplac, está dito que há 32 anos ninguém lá é contratado. Nos bastidores, se diz que muitos dos técnicos requisitados vão pedir aposentadoria. Ou seja, o Mapa, não descobrir um santo para cobrir outro, vai deixar os dois descobertos.
E o que disse a ministra Tereza Cristina no encontro com deputados baianos para tratar do cacau?
O deputado Sandro Régis (DEM) evocou o testemunho da deputada Jusmari Oliveira (PSD), presidente da Comissão da Agricultura da Assembleia, para afirmar:
— Ela disse que só trataria ali de cacau. O caso da Ceplac seria tratado com a Ceplac.
Ou seja, separou cacau de Ceplac. Em miúdos: a Ceplac está por um triz.
Texto: Levi Vasconcelos / Jornal A Tarde