Jussari cria lei para declarar CEPLAC/MAPA patrimônio científico imaterial

Jussari é o primeiro município brasileiro em região produtora de cacau nos biomas Mata Atlântica e Amazonas a declarar a CEPLAC/MAPA patrimônio científico imaterial local pelo acervo de trabalhos técnicos, científicos de pesquisa e de valorização dos saberes etnobotânicos desenvolvidos, ininterruptamente, ao longo de 60 anos através de estudos realizados na Estação Gileno Amado e a contribuição para a instalação da Reserva do Teimoso, considerada valioso patrimônio econômico e ambiental do Município.

Na tarde desta quinta-feira, 29/6, no auditório do Centro de Pesquisas do Cacau, na Superintendência da CEPLAC/MAPA na Bahia, o prefeito Antônio Carlos Bandeira Valete anunciou a medida e assinou Projeto de Lei a ser enviado à Câmara de Vereadores do município sul baiano. Além de técnicos e dirigentes da CEPLAC/MAPA, participaram da solenidade a vereadora de Jussari Maria das Graças Costa Santos Viana, conhecida como Gal Vereadora, e o diretor de Agricultura da Secretaria de Indústria e Comércio de Itabuna, Erlon Botelho.

A iniciativa de transformar as realizações da CEPLAC/MAPA em patrimônio dos municípios do Sul da Bahia faz parte de um programa de marketing territorial proposto pelo Instituto Chocolate – entidade de direito privado sem fins lucrativos, sediado em Buerarema, coordenado pelo ambientalista Erlon Botelho – que vem desenvolvendo ações para a valorização de ativos regionais.

O prefeito de Jussari destacou que a criação da lei também é reconhecimento ao desenvolvimento do seu município, já que a CEPLAC/MAPA atua para transformar as regiões produtoras de cacau, onde promove a inovação, transferência tecnológica, assistência técnica e extensão rural, fiscalização agropecuária, certificação e a organização territorial e socioprodutiva. “A preocupação dos cientistas e técnicos também se dá em relação ao homem, a conservação ambiental e a preservação de espécies arbóreas da floresta Amazônica e da Mata Atlântica, como Pau-brasil e Jacarandá da Bahia”, lembrou o prefeito.

O superintendente da CEPLAC/MAPA na Bahia, Antônio Costa Zugaib, agradeceu a iniciativa do prefeito Antônio Carlos Bandeira Valete que, segundo observa, chega no momento em que a instituição está sendo reavaliada por comissão do Ministério da Agricultura. Citou as audiências públicas em apoio à CEPLAC/MAPA em Ilhéus, Itabuna, Ipiaú e Valença, Assembleia Legislativa da Bahia e Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, mas defende que a AMURC deva liderar as ações pelo soerguimento da CEPLAC/MAPA, abertura de concurso público e sua recuperação orçamentária.

O diretor do Centro de Pesquisas e Extensão, Raul René Valle, destacou que vê como muito importante as entidades regionais defenderem a CEPLAC/MAPA, que tem projetos em andamento com ensaios em fazendas na busca de clones resistentes e tolerantes às doenças do cacau e de alta produtividade. “Atualmente estamos com ensaios em estágio avançado. Tudo o que fazemos é para a melhoria da qualidade do fruto do cacaueiro e em benefício do produtor. O chocolate continua abrindo novos mercados, há aumento do consumo em nível mundial e as condições de financiamento da produção também estão melhorando, o que nos garante futuro melhor”, sentenciou.

Para o presidente do Conselho de Entidades Representativa dos Servidores da CEPLAC/MAPA, José Bezerra da Rocha, o reconhecimento que Jussari faz agora é a manifestação de apoio importante à instituição que passa um dos momentos mais difíceis de sua história. “Temos muito o que fazer para que a região não perca o acervo do banco de Germoplasma, as pesquisas científicas e o capital humano de reconhecida competência internacional”, assinalou.
O Instituto Chocolate pretende manter entendimentos e cooperação como este de Jussari com outros municípios do Sul da Bahia, tais como Porto Seguro, Una e Uruçuca, que têm importantes trabalhos da CEPLAC/MAPA como a Estação do Pau Brasil, Reserva Biológica de Una, Refúgio da Vida Silvestre, Parque Estadual do Conduru, para que também possam reconhecer a Instituição como patrimônio imaterial locais. Fonte: Ascom Ceplac 

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