Nesta quarta-feira, o Ministro de Commodities da Malásia, Johari Abdul Ghani, manifestou sua insatisfação com a classificação do país como “risco padrão” pela União Europeia, sob a nova lei anti-desmatamento. Segundo ele, a categorização se apoia em dados defasados de 2020 fornecidos pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), ignorando as medidas adotadas pela Malásia nos últimos anos para conter o desmatamento.
Em pronunciamento durante um evento em Singapura, Johari destacou que a Malásia, segunda maior exportadora mundial de óleo de palma, implementou políticas rigorosas de não desmatamento e desenvolveu um sistema nacional de certificação capaz de garantir rastreabilidade e conformidade em toda a cadeia de suprimentos, com atenção especial aos pequenos produtores. “Estamos totalmente comprometidos em apresentar evidências científicas atualizadas que comprovem nosso progresso e justifiquem a revisão para ‘baixo risco’”, afirmou o ministro.
Pela nova regulamentação da UE — que entrará em vigor em dezembro e abrange soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau, café e derivados como couro e chocolate —, países de “risco padrão” estarão sujeitos a verificações de due diligence mais brandas que as aplicadas aos “alto risco”, mas mais rigorosas do que as dispensadas aos “baixo risco”. Além da Malásia, Indonésia e Brasil também receberam o selo de risco padrão, enquanto Rússia, Mianmar, Coreia do Norte e Bielorrússia foram classificados como de “alto risco”.
Em resposta, a Comissão Europeia defendeu a “justiça, objetividade e transparência” de sua metodologia de benchmarking, destacando que o processo é dinâmico e será revisitado em 2026 após a incorporação de novos dados. Até lá, a Malásia busca estreitar o diálogo com Bruxelas para demonstrar, com dados frescos e auditorias independentes, que seu avanço no combate ao desmatamento merece o reconhecimento de “baixo risco” e, consequentemente, regras de exportação menos onerosas.
Fonte: mercadodocacau com informações reuters