Os processadores de cacau na Costa do Marfim, maior produtor mundial da amêndoa, estão enfrentando sérias dificuldades com a qualidade dos grãos da colheita intermediária. De acordo com fontes locais, os grãos apresentam níveis excepcionalmente altos de resíduos, o que tem levado a rejeições de cargas inteiras ou à necessidade de processos de limpeza mais caros. Estima-se que entre 5% e 6% — e, em casos mais extremos, até 15% — dos grãos transportados em cada caminhão são considerados inadequados para uso imediato.
Esse problema afeta diretamente o mercado global de cacau, contribuindo para a volatilidade dos preços. No feriado de 1º de maio, o contrato de julho na bolsa registrou uma forte oscilação, com mínima de US$ 8.599 e máxima de US$ 8.986 por tonelada, fechando em US$ 8.743 — uma queda de US$ 144 no dia. O volume negociado foi de 5.917 contratos, com um total de 11.867 contratos transacionados. O interesse em aberto permaneceu praticamente estável, em 90.079 contratos.
Nos Estados Unidos, os estoques certificados monitorados pela ICE aumentaram para 2.044.096 sacas, com acréscimo de 7.793 sacas no último relatório. Enquanto isso, o contrato de maio está praticamente encerrado, com apenas 21 contratos ainda em aberto. As entregas físicas somam 1.085 contratos até o momento.
No mercado cambial, o contrato futuro do real frente ao dólar, com vencimento em 31 de junho na CME, permanece praticamente inalterado, cotado a R$ 5,71.
O cenário atual reforça os desafios enfrentados pela indústria global de cacau, pressionada por fatores climáticos, operacionais e de qualidade da matéria-prima — um retrato das dificuldades que impactam não apenas produtores locais, mas toda a cadeia de suprimentos do chocolate.
Fonte: mercadodocacau com informações bloomberg