Por: Claudemir Zafalon
O mercado internacional de cacau atravessa uma fase de forte volatilidade, marcada por fatores técnicos, econômicos e políticos que continuam a pesar sobre a formação de preços. O movimento mais recente reforça a tendência de baixa, com os contratos futuros exibindo quedas expressivas.
Na sessão mais recente, o contrato de dezembro do cacau oscilou entre a mínima de US$ 7.208 e a máxima de US$ 7.350, encerrando o dia a US$ 7.233 por tonelada, o que representa uma queda de US$ 152.
Foram negociados 7.562 contratos, dentro de um volume total de 21.431, enquanto o interesse em aberto subiu em 2.180 contratos, atingindo 99.850, sinalizando que, mesmo com o recuo dos preços, há maior participação de novos vendedores no mercado.
Os estoques certificados nos portos norte-americanos, monitorados pela ICE, registraram pequena redução, totalizando 2.040.029 sacas. Esse dado, apesar de ligeiro, reforça a percepção de que a oferta física continua ajustada, mas ainda não suficiente para reverter a pressão negativa vinda do lado técnico.
No ambiente global, os mercados de ações dos Estados Unidos alcançaram novas máximas históricas. A alta foi sustentada pelo primeiro corte de juros do Federal Reserve em 2025, pela queda nos pedidos de seguro-desemprego e pelo anúncio de que a Nvidia investirá US$ 5 bilhões na Intel, em uma tentativa de reestruturar a fabricante de chips.
Enquanto isso, o contrato futuro de Real x Dólar com vencimento em 30 de setembro manteve-se estável a R$ 5,32, indicando que, por ora, não há forte influência cambial adicional sobre as cotações do cacau.
A combinação de fatores técnicos negativos, projeções mais fracas de vendas e margens de lucro reduzidas para a indústria de derivados segue pressionando o mercado. Mesmo com estoques relativamente contidos e um cenário externo de maior apetite por risco em ações, o cacau permanece vulnerável a novas oscilações, especialmente enquanto as expectativas de demanda não mostrarem sinais consistentes de recuperação.
Fonte: mercadodocacau


