Por: Claudemir Zafalon
A ata da última reunião do Federal Reserve mostrou divergências internas quanto à condução da política monetária. Dois formuladores de políticas – Christopher Waller e Michelle Bowman – votaram isoladamente a favor de um corte de juros, enquanto a maioria manteve a posição de espera. Esse sinal reduziu as apostas do mercado: os contratos futuros do Fed para setembro passaram a indicar menos de 80% de chance de corte, movimento que impulsionou a alta dos rendimentos dos Treasuries. O dólar permaneceu estável, enquanto o ouro encontrou espaço para valorização.
No mercado de commodities, o cacau segue em posição defensiva diante da proximidade da liquidação física do contrato de setembro, marcada para 25 de agosto. O contrato de dezembro registrou forte oscilação, entre a mínima de US$ 7.731 e a máxima de US$ 8.230 por tonelada, encerrando a sessão a US$ 7.855, em queda de US$ 323. O volume de negócios foi de 14.550 contratos, com um total de 28.440 lotes transacionados.
O interesse em aberto também apresentou retração, ficando em 91.044 contratos. Já os estoques certificados nos portos norte-americanos, monitorados pela ICE, diminuíram em 7.064 sacas, totalizando 2.206.573 sacas. Esse recuo reflete um ambiente de menor disponibilidade, mas ainda não foi suficiente para sustentar os preços no curto prazo.
No câmbio, o contrato futuro de real x dólar com vencimento em 30 de agosto manteve-se estável, cotado em R$ 5,485. A cautela dos investidores reflete não apenas os sinais do Fed, mas também a expectativa em torno da divulgação, hoje, de indicadores relevantes da economia norte-americana, como os novos pedidos de auxílio-desemprego, as vendas de casas usadas e o índice dos principais indicadores econômicos.
O conjunto de dados e eventos deve orientar os próximos movimentos de mercado, tanto no câmbio quanto nas commodities, em um ambiente de alta volatilidade e incertezas sobre a trajetória monetária nos Estados Unidos.
Fonte: mercadodocacau


