Por: Claudemir Zafalon
As tensões comerciais entre Estados Unidos e China tiveram um novo capítulo nesta terça-feira (10), com autoridades dos dois países anunciando um acordo preliminar para retomar a trégua comercial. O entendimento inclui a remoção das restrições de exportação de terras raras impostas por Pequim — uma medida que vinha preocupando países ocidentais devido à alta dependência desses metais estratégicos para setores como tecnologia e energia limpa.
Apesar do avanço diplomático, analistas alertam que a falta de detalhes e o histórico de impasses indicam que uma solução definitiva para as disputas comerciais ainda está distante. O mercado segue atento a possíveis desdobramentos e impactos nas cadeias globais de suprimentos.
Enquanto isso, o mercado de commodities registrou fortes movimentações. O cacau sofreu uma queda significativa nos preços devido às chuvas nas regiões produtoras da África, o que elevou as expectativas de melhora na colheita da safra temporã. O contrato de julho caiu US$ 572, fechando a US$ 9.602 por tonelada, após oscilar entre a mínima de US$ 9.501 e a máxima de US$ 10.250. A perda do suporte técnico em US$ 10.000 e US$ 9.500 acionou ordens automáticas de venda, acelerando o recuo.
No total, foram negociados 11.545 contratos, com volume total de 34.134 contratos e leve queda no interesse em aberto, agora em 100.582 contratos. Os estoques certificados nos portos norte-americanos, monitorados pela ICE, estão em 2.256.508 sacas.
No mercado cambial, o contrato de dólar futuro com vencimento em 30 de junho permanece estável, cotado a R$ 5,59. A estabilidade reflete, em parte, as negociações comerciais entre EUA e China e o cenário interno no Brasil, marcado por discussões sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que influenciam a percepção de risco dos investidores.
O foco dos mercados nesta quarta-feira se volta para a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA referente ao mês de maio. O dado, previsto para as 9h30, tem expectativa de alta moderada de 0,2%, o que pode reforçar a atual postura cautelosa do Federal Reserve em relação à política de juros.
Fonte: mercadodocacau