MONILÍASE: FISCALIZAÇÃO APONTA ESTABILIDADE NAS PLANTAÇÕES DE CACAU NO BRASIL

Por: Annabelle Midlej

A Monilíase, doença causada pelo fungo Moniliophthora Roreri, tornou-se uma preocupação crescente para as plantações de cacaueiro e cupuaçuzeiro no Brasil.

O fungo ataca os frutos em qualquer estágio de desenvolvimento, podendo resultar em perdas econômicas significativas, comprometendo até 100% da produção.

A primeira ocorrência de monilíase no Brasil foi comunicada em julho de 2021, em Cruzeiro do Sul, Estado do Acre, segundo informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). O fungo também foi detectado em Mâncio Lima, município próximo a Cruzeiro do Sul. Atualmente, a praga está sob controle oficial do MAPA e do IDAF-AC, órgão de defesa agropecuária do Acre.

Em novembro de 2022, o fungo M. roreri foi identificado no Estado do Amazonas, especificamente em comunidades ribeirinhas do município de Tabatinga. Os focos da doença estão concentrados na região de fronteira com a Colômbia e o Peru, afetando Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte.

Na Bahia, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB) implementou um projeto fitossanitário específico para prevenção da Monilíase desde 2008. O projeto inclui ações de vigilância, fiscalização e educação sanitária. Anualmente, são realizados levantamentos em 950 propriedades para detecção da praga, orientação aos agricultores sobre medidas preventivas, controle, biossegurança e distribuição de material educativo.

Segundo Catarina Cotrim, Fiscal Estadual Agropecuário e coordenadora do projeto de prevenção à monilíase, a ADAB vem tomando as devidas medidas contra a praga. “Temos um programa estruturado de formação de multiplicadores, com mais de 1.100 técnicos de assistência técnica e extensão rural formados, tanto da iniciativa pública como privada, que desenvolvem junto ao produtor rural a vigilância passiva.”

Em 2023, mais de 4 mil pessoas ligadas à cadeia produtiva do cacau e chocolate foram alcançadas por meio de dias no campo, palestras e seminários, abordando sintomas, diferenciação de outras doenças, notificação de suspeitas, medidas preventivas, controle e biossegurança.

Catarina revelou ao mercado do cacau algumas futuras ações da ADAB. “Por meio de Caravanas Educativas, apresentadas pelo PROESA/MAPA, em Tomé-Açu, PA, levaremos a mensagem ‘Monilíase: é preciso conhecer para combater!’, envolvendo diversos parceiros e municípios dos territórios do Baixo Sul, Litoral Sul, Costa do Descobrimento, Extremo Sul e Médio Rio das Contas.”

Apesar de ainda não haver casos confirmados na Bahia, alguns produtores inicialmente confundiram sintomas, gerando desinformação. A ADAB busca promover transparência e comunicação efetiva, oferecendo um espaço em seu site para notificação de pragas e doenças, visando uma resposta mais rápida aos produtores.

Fonte:mercadodocacau

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