Novo diretor quer pacto entre lideranças, produtores e funcionários da Ceplac

O novo diretor da Ceplac, Guilherme Galvão, veio ao sul da Bahia para conversar com lideranças regionais, dirigentes da Ceplac, pesquisadores, extensionistas e área administrativa para se inteirar sobre a realidade da instituição, programas em andamento, necessidades mais fundamentais e reivindicações dos produtores.

Galvão se diz consciente do grande desafio que a Ceplac tem para fazer frente a necessidades orçamentárias e financeiras para manutenção do órgão, recuperação de instalações e equipamentos e, sobretudo, “a questão da geração, proteção e transferência do conhecimento científico que o pessoal da Ceplac detém, mas há a ameaça de esvaziamento do quadro de funcional com as possíveis aposentadorias.

“Mas esse desafio não é só do diretor da Ceplac, que não pode prometer nada a não ser lutar com todas as forças para resolver os problemas mais agudos. Este desafio – afirma Galvão – é de todos nós, lideranças políticas, educacionais, empresariais, classistas, ceplaqueanos e produtores, para reerguer a instituição e a região. Por isso, peço um voto de confiança, um verdadeiro pacto entre nós. Me dêem um tempo, faça a parte de vocês, que, juntos podemos escrever uma nova página da história do cacau, da Ceplac, das regiões que produzem cacau e prestar um grande serviço ao nosso País”.

Dobrar a produção

“Precisamos urgentemente desenvolver um programa para dobrarmos a produção brasileira de cacau. Isso beneficiará produtores, pequenos proprietários, prefeituras e todo o comércio das regiões produtoras de cacau. No ano de 1953 a região produzia entre 100 e 140 mil toneladas de cacau – dados de um relatório do Dr. Paulo Alvim no mês de abril do ano de 1953, com 260 mil hectares de área plantada – e hoje depois da vassoura de bruxa nós temos 440 mil hectares e produzimos as mesmas 100 mil toneladas. Tecnologia nós temos, com clones resistentes a doenças e de alta produtividade para evoluirmos novamente, basta desatarmos o nó do crédito ao produtor”.

Segurança ao investidor

“A pesquisa da Ceplac vem coordenando um trabalho que é considerado nos meios científicos o maior e mais efetivo programa de melhoramento genético da história da cacauicultura mundial” – observa Galvão. “Dentre os resultados do programa de melhoramento genético do cacau a gente pode destacar a identificação de dezenas de novas fontes de resistência à vassoura de bruxa e a monilia, de diferentes origens (Amazônia brasileira, Peru, Equador, Colômbia, América Central etc.), além da constatação da ampla diversidade genética entre elas. Com estes resultados, nós temos base para a geração de novas variedades clonais para se somar aquelas já recomendadas pela Ceplac, com resistência e produtividade asseguradas, que podem transmitir segurança aos investidores na cacauicultura e aos produtores rurais quanto à viabilidade econômica do cacau por várias décadas – conclui o diretor”.

Fundo e parcerias

“Sem dinheiro ninguém faz nada. A Ceplac hoje tem problemas de orçamento para custeio e manutenção do patrimônio. Existe o Fungecau já criado há mais de 30 anos e uma Medida Provisória poderia autorizar seu funcionamento para gerir inclusive as próprias receitas geradas pela Ceplac.” – pondera Galvão. “Quanto às parcerias, vamos buscá-las ao máximo com os governos federal e estadual, universidades, indústrias no Brasil e no exterior. A pesquisa da Ceplac tem uma capacidade muito grande de atração de convênios com instituições internacionais, mas retiraram da Ceplac o poder de assinar estes convênios e nós já estamos trabalhando para rever isso junto ao Ministério.”

Identidade da Ceplac

“A Ceplac, como entidade de ciência e tecnologia para o cacau, deve sempre deixar claro para o governo, para a sociedade e para os produtores que é uma entidade capaz de dar suporte aos produtores para o aumento de sua produção, produtividade, aumento da sua renda, sobretudo nas regiões e cidades que dependem dessa economia. O cacau gera renda, gera emprego, sobretudo a estruturas familiares, e pode ser produzido com respeito ao meio ambiente, ao também ser cultivado pelo sistema Cabruca, que é um modo de produção aperfeiçoado pelos cientistas da Ceplac, que não precisa desmatamento, pode ser cultivado sob mata atlântica, resguardando nossos ativos ambientais como água, fauna, flora, conforto térmico, paisagem etc. Por falar em Cabruca, a Ceplac e o governo do Estado da Bahia têm uma responsabilidade muito grande em resolver as questões técnicas e legais para permitir ao produtor buscar maior produtividade com a entrada de luz solar nas plantações cultivadas na cabruca, resguardando a conservação produtiva” – conclui Gilherme Galvão. Fonte: Ceplac 

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