Pará puxou crescimento da produção brasileira de cacau na safra 2019/20

A produção de cacau no Pará puxou o crescimento da safra nacional 2019/20, encerrada em abril. Segundo dados compilados pela TH Consultoria, com sede em Salvador, a produção no Brasil aumentou 1,36% em relação ao ciclo anterior, para 197.100 toneladas.

O crescimento, ainda que tímido, da produção nacional, resultou na melhor safra desde a temporada 2015/16, quando o Brasil colheu 209.900 toneladas. De lá para cá, as lavouras, sobretudo da Bahia, sofreram com sucessivas adversidades climáticas, principalmente estiagens prolongadas.

Em 2019/20, a colheita no Pará continuou menor que na Bahia, mas registrou aumento de 13,25%, para 70.300 toneladas, um recorde. Das duas safras no ano (temporã e principal), o destaque no estado foi a principal. A produção paraense praticamente dobrou em nove anos.

Na Bahia, a colheita da safra principal foi afetada pelo aumento dos registros de casos de vassoura-de-bruxa. No total da temporada 2019/20, os produtores baianos colheram 117.700 toneladas, com queda de 4,13% em relação à safra anterior.

Dos últimos nove anos, o resultado da última safra só não foi pior do que o da temporada 2017/18, quando uma grave seca derrubou a produtividade e comprometeu árvores inteiras.

Entre os demais estados produtores, no Espírito Santo a colheita ficou em 5.100 toneladas, enquanto em Rondônia foi de 3.800 toneladas.

A alta dos preços do cacau durante a safra acabou compensando perdas de produtores de algumas regiões. A receita da atividade alcançou quase R$ 2.2 bilhões, um recorde nominal.

Segundo a TH Consultoria, corrigindo o valor pelo custo da produção, que é basicamente determinado pelo salário mínimo, a receita da cacauicultura na última safra ficou 7,90% acima da média dos últimos 20 anos. Na Bahia, a receita dos produtores aumentou 9%, para R$ 1.3 bilhão, enquanto no Pará subiu 28,70%, para R$ 868 milhões.

Valor Econômico

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