A Moody’s Ratings confirmou a classificação A1 de dívida sênior não garantida da The Hershey Company (NYSE:HSY), mas alterou a perspectiva de estável para negativa, citando a expectativa de fraqueza nos lucros devido aos altos preços do cacau e às tarifas.
Os preços do cacau mais que dobraram em 2024 e permanecem elevados e voláteis. Embora a estratégia de hedge da Hershey tenha atrasado o impacto total, os hedges fixados a custos mais altos devem reduzir significativamente a lucratividade em 2025.
A empresa também enfrenta pressão nos lucros devido às tarifas, principalmente relacionadas às importações de cacau e tarifas retaliatórias do Canadá sobre chocolate. A Hershey estima que o impacto não mitigado das tarifas pode atingir até US$ 100 milhões por trimestre no terceiro e quarto trimestres.
A Moody’s projeta que a alavancagem da dívida bruta em relação ao EBITDA da Hershey aumentará de 2,4x em 30 de março de 2025 para quase 3x até o final do ano, antes de diminuir ligeiramente para a faixa média de 2x em 2026. A agência de classificação espera que o EBITDA diminua entre 25-30% em 2025, com apenas uma recuperação modesta em 2026.
Apesar desses desafios, a Moody’s confirmou as classificações A1 de dívida sênior não garantida, refletindo a forte posição de mercado da Hershey, seu poder de precificação e a resiliência da categoria de confeitaria.
A Hershey planeja mitigar a pressão do cacau por meio de precificação, arquitetura de preço-embalagem e eficiências operacionais, enquanto busca uma isenção para as tarifas de cacau. A empresa possui US$ 1,5 bilhão em caixa em 30 de março de 2025 e acesso a uma linha de crédito rotativo totalmente não utilizada de US$ 1,35 bilhão.
Cerca de US$ 750 milhões desse caixa financiarão a aquisição da LesserEvil, com fechamento previsto para 2025, pendente de aprovação regulatória. O fluxo de caixa livre após dividendos está projetado entre US$ 50-100 milhões em 2025, aumentando para US$ 125-175 milhões em 2026, bem abaixo dos anos recentes devido aos lucros mais baixos.
A empresa não planeja recomprar ações este ano e deve manter disciplina com recompras até que as métricas de crédito melhorem.
Aproximadamente 92% das vendas da Hershey são geradas na América do Norte, destacando a concentração geográfica. Essa concentração e o foco da Hershey em confeitaria a tornam uma das empresas mais expostas no setor de alimentos embalados à adoção de medicamentos para perda de peso GLP-1 e tendências mais amplas de saúde e bem-estar.
Fonte: Investing