Plataforma conecta países da América Central para dividir alimentos na pandemia

Objetivo do sistema do IICA é que autoridades agrícolas informem escassez e excedente de produtos para garantir abastecimento na crise

Para sanar possíveis problemas de abastecimento entre países em meio à pandemia do coronavírus, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) lançou, nesta semana, uma ferramenta digital que busca conectar os sistemas produtivos e a quantidade de alimentos disponíveis para os países da América Central.

O Sistema de Abastecimento Agroalimentar (SAAR), como é chamado, será utilizado pelos ministros e secretários de Agricultura de México, Panamá, Costa Rica, Honduras, El Salvador, Nicarágua, República Dominicana, Guatemala e Belize.

Através de um aplicativo, as autoridades agrícolas poderão ser notificadas sobre o excedente de produção de alguns desses mercados ou países que passam por escassez dos produtos envolvidos, como as culturas de grãos, frutas, hortaliças, carnes, lácteos, entre outras.

Com o novo sistema, que usa tecnologia de inteligência artificial e sistema de alerta climático, as autoridades também podem consultar informação sobre mercados, requisitos burocráticos para importação e entender preços de referência para a quantidade de determinado produto.

Por enquanto, o sistema está disponível apenas para a América Central, mas existe a possibilidade de que ele seja estendido à América Latina.

Atuação em parceria
Os países da América Latina têm alguns entraves em comum, desencadeados no setor de alimentos durante a pandemia do coronavírus, como o funcionamento de feiras livres e a dificuldade de escoar a produção do campo, principalmente da agricultura familiar.

Neste aspecto, é importante assegurar o abastecimento da cadeia de alimentos, com livre trânsito dos caminhões e o funcionamento dos portos. Para Manuel Otero, o conhecimento brasileiro, com uma operação agroalimentar em um país continental, pode contribuir muito.

“Todos estão receosos e preocupados. Por outro lado, o Brasil tem uma grande experiência de aproveitar a agricultura familiar para o Exército e as escolas. Acredito que a crise econômica apresenta uma oportunidade de gerar um movimento abrangente para diminuir os obstáculos relativos ao comércio, como as tarifas alfandegárias”, complementa Otero.

Para o diretor do IICA, os países e comunidades latino-americanas terão que atuar de maneira conjunta para solucionar os problemas econômicos e alimentares, já que a União Europeia e a Ásia também passam por extrema dificuldade por conta da pandemia e estão impossibilitadas de auxiliar a região.

“Me parece que chegou a hora de reconhecer que a produção de alimentos deve ser considerada um setor estratégico, o que já acontece nos EUA e na União Europeia, e deve ocorrer no nosso continente para adotarmos uma visão de longo prazo”, finaliza o diretor-geral do IICA. Fonte: Revista Globo Rural

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