Por que o ovo de Páscoa é tão mais caro que a barra de chocolate? Conheça os principais motivos

A resposta pode estar na sazonalidade, complexidade de produção e mão de obra extra; confira o que diz a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab)

Quem vai comprar o tradicional ovo de chocolate de Páscoa — celebrada no dia 31 de março — se assusta com os preços nas prateleiras das lojas e mercados. É fato que as opções estão cada vez mais criativas. No entanto, até o mais simples dos ovos se torna caro e muitas vezes, é preciso se contentar com uma barra — ainda bem mais barata.

Segundo uma pesquisa recente realizada pela Horus, empresa de inteligência de mercado que avaliou o preço dos chocolates no território nacional em 2024, houve um aumento médio de 11% no valor das barras de chocolates, de 10,5% no preço dos chocolates e bombons e de 1,8% nos ovos de Páscoa.

Embora a última categoria ainda seja a que menos encareceu, estes continuam sendo os mais simbólicos e supervalorizados na data — alguns, inclusive, chegando a custar mais de 4 dígitos. Não á toa, alguns estabelecimentos chegaram a anunciar que as pessoas poderiam comprá-los parcelados ou usando parte de seu FGTS e memes viralizaram na internet.

Outro levantamento de preços de produtos de Páscoa, feito pelo Procon-SP, mostrou que enquanto o preço médio do quilo do ovo de chocolate é de R$ 302,21, o das barras e tabletes é apenas R$ 86,27 — aproximadamente 70% menor. Mas, afinal, por que os ovos são tão mais caros que as barras? A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) explicou Confira:

1. Evento sazonal

Por fazerem parte de uma celebração especial e que ocorre apenas uma vez por ano, os ovos acabam sendo mais caros por conta do custo de embalagens mais sofisticadas e seus vários sabores e composições diferentes — com mix de castanhas, amendoins, frutas e tudo que a criatividade permitir. Isso os diferenciaria, por exemplo, das barras — facilmente encontradas no dia a dia, bem menos elaboradas e dependentes de menos insumos.

2. Empregos temporários

Em 2024, os empregos temporários gerados pela data chegaram a 8 mil e, do total, mais de 20% se tornaram postos fixos de trabalho. A porta de entrada na indústria do chocolate tem um custo para as marcas e aumenta o preço do seu principal produto final — que são os ovos de chocolate.

3. Produção mais cara

A produção de um ovo é mais complexa do que a de uma barra de chocolate tradicional, pois, além da questão da embalagem e da mão de obra contratada, o processo todo se torna muito mais manual. Outro fator relacionado a esta cadeia é a armazenagem e distribuição. Os ovos exigem um ambiente climatizado e seu frete, geralmente, é realizado em caminhões refrigerados e em menor quantidade por uma questão de fragilidade, para não correrem o risco de derreterem ou terem sua estrutura quebrada (muitas vezes, oca).

E o cacau?

O cacau — insumo para todos os tipos de barras e ovos — chegou a subir 105% na bolsa de Nova York, e a alta no seu preço impacta a cadeia alimentícia. Embora o Brasil produza todos os itens da composição do chocolate (açúcar, leite e cacau) e apenas uma pequena fração seja importada, neste ano, 17 mil toneladas do fruto vieram de fora, principalmente de países africanos. Seu encarecimento se deu pela devastação de plantações em Gana e Costa do Marfim, por conta do fenômeno climático El Niño.

Mesmo assim, a Abicab destaca que a alta do cacau não chega a prejudicar a Páscoa de 2024, visto que as indústrias têm planos de ação que contemplam oscilações de mercado e estão preparadas para não repassarem aumentos de insumos no preço final.

“A crise de agora, com a quebra da safra na África, indica que há espaço para a produção local crescer. A procura está maior”, afirmou Jaime Recena, presidente da Abicab.

Apesar das altas, o cenário é positivo

Dados da Abicab apontam que a produção brasileira de chocolate subiu 6% em 2024, passando de 760 mil toneladas, em 2023, para 805 mil toneladas. Quando o assunto são os ovos, foram produzidas 58 milhões de unidades, 17% a mais do que no ano passado. “Com inflação controlada e mercado aquecido, o setor tem boas perspectivas”, afirmou a Abicab.

Fonte:epocanegocios

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