Por: Claudemir Zafalon
O mercado de cacau está consolidado próximo aos seus preços mais altos, impulsionado por uma combinação de fatores, apesar da redução de liquidez e interesse típica do período de final de ano. O aumento expressivo das entradas de cacau na Costa do Marfim e os estoques baixos nos armazéns dos Estados Unidos têm sido os principais vetores de atenção no setor.
Entradas recordes na Costa do Marfim
O governo da Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, informou que as entradas da safra até 24 de novembro somaram 642.500 toneladas, um crescimento impressionante de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses números reforçam a força da safra principal do país, que se beneficia de condições climáticas favoráveis nas principais regiões produtoras.
Estoques em queda nos EUA
Paralelamente, os estoques certificados pelo ICE nos armazéns dos EUA continuam em declínio acentuado, alcançando 1.595.940 sacas – o nível mais baixo dos últimos 19 anos. Essa escassez reflete tanto a demanda contínua por cacau de qualidade quanto os desafios logísticos enfrentados pelos mercados globais.
Mercado estável, mas com pouca liquidez
Embora os fundamentos apontem para um mercado aquecido, a falta de notícias significativas e a proximidade das férias de fim de ano estão diminuindo a liquidez e o interesse dos investidores. Isso cria um cenário de estabilidade de preços, mas com volumes de negociação reduzidos.
Perspectivas para o setor
Especialistas do mercado destacam que, embora os níveis de preços possam permanecer estáveis a curto prazo, a dinâmica entre oferta e demanda continuará ditando o rumo das cotações. O aumento das entradas na Costa do Marfim é um alívio para a oferta global, mas a queda nos estoques nos EUA e outros mercados-chave pode gerar volatilidade no início de 2024.
Com estoques em baixa e a produção concentrada em poucas regiões, o mercado de cacau segue atento a possíveis perturbações climáticas ou logísticas que possam impactar a oferta global.
Fonte:mercadodocacau