Os produtores de cacau da Costa do Marfim, maior país produtor da amêndoa no mundo, estão em estado de alerta. Com chuvas abaixo da média em diversas regiões nas últimas semanas, agricultores temem impactos negativos na reta final da safra intermediária, que vai de abril a setembro.
A estação chuvosa do país africano, que se estende oficialmente de abril até meados de novembro, começou com um volume de precipitações considerado insuficiente para garantir o bom desenvolvimento das vagens de cacau. Segundo os produtores, os meses de maio e junho são cruciais para que as pequenas e médias vagens atualmente em formação cheguem com qualidade ao período da colheita, entre agosto e setembro.
“Precisamos de chuvas abundantes, pois temos muitos frutos pequenos nas árvores que necessitam de umidade”, relatou Paul Adou, agricultor da região de Soubre, no sudoeste marfinense. Na semana passada, Soubre registrou apenas 0,8 mm de chuva, número 28,5 mm abaixo da média dos últimos cinco anos.
O cenário se repete em outras regiões-chave para a produção do cacau. Em Daloa, Agboville, Divo, Abengourou, Bongouanou e Yamoussoukro, os índices pluviométricos também ficaram abaixo da média histórica, preocupando os produtores. Em Daloa, por exemplo, choveu apenas 4,5 mm, 17,8 mm abaixo da média.
“Se não chover bem até o final do mês, não teremos muito cacau no final da meia-safra”, alertou Albert N’Zue, agricultor da região centro-oeste.
Apesar da preocupação com o clima, a colheita da safra intermediária já começou e está ganhando ritmo. Os produtores relatam que a qualidade dos grãos tem agradado os compradores e que a disponibilidade do produto deve continuar crescendo até o final de junho.
As temperaturas médias semanais, entre 27,4°C e 31,1°C, mantêm-se dentro dos padrões esperados para esta época do ano, mas sem chuvas regulares e consistentes, o calor pode acelerar a perda de umidade do solo, afetando diretamente o crescimento das vagens.
Com o cacau representando uma das principais fontes de renda da Costa do Marfim, o comportamento climático nas próximas semanas será decisivo não apenas para os agricultores, mas para todo o mercado global da amêndoa.
Fonte: mercadodocacau com informações reuters