PROTEJAM O CACAU!

A lavoura do cacau, para exercer a sua vocação de ser forte mantenedora da biodiversidade da mata atlântica, ser economicamente viável, e geradora de renda e empregos, necessita da implantação de uma nova ordem na produção, distribuição e comercialização do cacau. 

 

No que diz respeito à produção, o saudoso engenheiro agrônomo Dr. Edvaldo Sampaio, em parceria com o Dr. Gonçalo Guimarães Pereira (PHD da UNICAMP), salvaram a região cacaueira, revolucionando os tratos do cacau, com a descoberta de formas de combate e convivência com a praga vassoura de bruxa, doando os seus conhecimentos, sem buscar nenhuma paga, renovaram as esperanças de agricultores e trabalhadores, que já tinham perdido a fé na capacidade de combater essa praga, trazida criminosamente por uma quadrilha que pretendia e conseguiu se instalar nos poderes da Bahia e do Brasil. 

 

A comercialização do cacau sempre colocou os agricultores de joelhos, perante os atravessadores e as multinacionais, ante o tenebroso vício dos produtores em entregar o cacau à ordem nas empresas, que, tendo abastecido as indústrias, formavam cartéis para não pagar preços justos ao produtor, impondo aos fazendeiros no final do século XX e início do século XXI, os piores preços praticados ao longo da história, levando produtores à miséria, desempregando trabalhadores, enquanto os compradores não param de enriquecer. 

 

Tentando combater essa exploração dos agricultores pelos atravessadores e multinacionais, o produtor, político e idealista, Pedro Antonio da Rocha Mello (de saudosa memória), bradou pela necessidade de criar um sistema cooperativo forte, para que os cacauicultores armazenassem o cacau e negociassem juntos e em quantidade, para alcançar bons preços, entretanto, Pedro Antonio não foi ouvido, e, a sua luta foi derrotada pela desunião dos fazendeiros, que, como Pedro dizia: “só são fazendeiros da porteira para dentro, da porteira para fora não enxergam nada”. 

 

O vício de entregar o cacau à ordem, tem alimentado especulação e preços baixos, constituindo um assalto praticado pelas multinacionais contra os agricultores, condenando a região cacaueira ao empobrecimento e endividamento, e, para se ter uma ideia da decadência da lavoura e economia cacaueiras, segundo o Dr. Durval Libânio Netto Mello (professor da Universidade de Ilhéus), até a década de 70 do século passado, o cacau representava 60% (sessenta por cento) de TODO o PIB do estado da Bahia, ao passo que hoje, o cacau representa somente 4% (quatro por cento) do PIB da agricultura, ou seja, antes era expoente para toda a economia do estado, hoje pouco representa para a área agrícola. 

 

Como se não bastasse, as multinacionais nos últimos meses de 2014 e inicio de 2015, quando o cacau estava em alta nas bolsas de valores de Nova York e Londres, passaram a aplicar o que eles chamam de “DESÁGIO”, para pagar ao fazendeiro um preço bem menor do que eles vendem no mercado internacional, tomando o dinheiro do produtor, e, na prática isso não é deságio, É ROUBO MESMO! ESCANCARADO E À LUZ DO DIA, POR MULTINACIONAIS QUE CONTAM COM A OMISSÃO DO GOVERNO BRASILEIRO E DE DEPUTADOS INCOMPETENTES, COVARDES E OMISSOS, QUE NÃO HONRAM OS VOTOS DA REGIÃO CACAUEIRA, nem as calças que vestem. 

 

Percebe-se, a olhos nus, que é chegada a hora de mudar a ordem da produção, distribuição e comercialização do cacau, acabando com a entrega de cacau à ordem, devendo os produtores armazenar o cacau até o momento da venda, as autoridades devem incentivar o consumo de chocolate na merenda escolar e nas repartições públicas, em substituição ao café, e, sobretudo, os eleitores pararem de eleger deputados estaduais e federais que não conhecem e não tem compromisso com a região cacaueira, que tem se demonstrado completos parasitas, incompetentes e omissos.

 

               O texto expressa exclusivamente a opinião do colunista e é de responsabilidade do autor 

 

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