Taxa de desmatamento da Costa do Marfim aumenta e gera preocupação com nova lei de importações europeia

A Costa do Marfim é hoje o principal de cacau no mundo, e o aumento do desmatamento no país no ano passado vem levantando questionamentos sobre como a nação africana vai cumprir a nova lei da União Europeia, que impede as importações de mercadorias associadas à perda florestal. A partir do final de 2024, as empresas que importam produtos como café, cacau, carne bovina, soja, borracha e óleo de palma – e produtos relacionados – para a UE, terão de provar que não contribuem para o desmatamento para ter acesso ao mercado europeu.

O relatório com os números do desmate foi publicado pela Cocoa and Forests Initiative (CFI), uma parceria apoiada pela ONU que lançada em 2017 pela Costa do Marfim, Gana (2º maior produtor da commoditie) e mais de 30 grandes empresas de cacau e chocolate. Em 2022, 62 mil hectares de floresta foram perdidos, invertendo a tendência de queda dos últimos anos. Em 2021, apenas 26 mil ha haviam sido desmatados.

O cacau representa cerca de 15% do PIB da Costa do Marfim e mais de 40% das suas receitas de exportação, sendo a UE o seu maior comprador de cacau, afirma a Reuters. No entanto, dos cerca de 2 milhões de toneladas de cacau que o país produz todos os anos, de 20 a 30% são cultivados ilegalmente em florestas protegidas. A Costa do Marfim perdeu mais de 85% das suas florestas desde 1960, principalmente devido ao cacau.

Agricultores plantam mais cacau fora de África à medida que os preços sobem
 
Nos últimos anos, a produção vem se expandindo para fora da principal área de cultivo na África Ocidental, à medida que agricultores do Brasil, Equador e Colômbia veem lucro potencial na colheita com os preços subindo para o nível mais elevado em quase 50 anos.

À medida que as preocupações ambientais aumentam a nível global, o fato de o cacau ser uma espécie nativa da região Amazónica faz com que a sua plantação na América do Sul seja por vezes considerada uma espécie de reflorestamento, enquanto na África as florestas nativas do continente são derrubadas para abrir espaço para o cacau.

No caso brasileiro, o governo prevê um crescimento de 200 para 300.000 toneladas métricas até 2025 e para 400.000 toneladas até 2030, o que transformaria o país de um importador líquido para um exportador regular da commoditie, conforme a Reuters.

Fonte: Um só planeta 

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