Tensões em Camarões e descontos nos EUA refletem impactos globais do cacau

A França manifestou nesta semana profunda preocupação com a repressão violenta aos protestos pós-eleitorais em Camarões, país que figura entre os principais produtores de cacau e petróleo da África. O governo francês pediu às autoridades camaronesas que assegurem a integridade física e a segurança dos cidadãos, após confrontos registrados desde a reeleição do presidente Paul Biya — no poder desde 1982 e, aos 92 anos, o chefe de Estado mais velho em exercício no mundo.

A vitória oficial de Biya nas eleições de 12 de outubro reacendeu tensões políticas e sociais, com opositores acusando o governo de manipular instituições estatais para perpetuar-se no poder. A instabilidade preocupa observadores internacionais e o mercado de commodities, uma vez que Camarões é fornecedor relevante de cacau para a indústria global. Conflitos internos podem afetar a logística e o fluxo de exportações, especialmente em um cenário de preços internacionais já pressionados.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o impacto do alto custo do cacau continua reverberando no consumo. Fontes do setor varejista indicam que grandes redes estão aplicando mais descontos nos produtos da Hershey — tradicional fabricante de chocolates — antes do Halloween, seu principal período de vendas. A estratégia busca conter a resistência dos consumidores após sucessivos aumentos de preços motivados pela escalada do custo do cacau e das tarifas de importação.

Segundo dados da Circana, empresa especializada em pesquisa de mercado, as vendas de chocolates nos EUA permaneceram estáveis nas 12 semanas encerradas em 5 de outubro, mas os preços médios subiram 8% no período. A combinação de margens pressionadas, inflação persistente e desaceleração do consumo cria um ambiente desafiador para as indústrias de confeitaria, que tentam equilibrar custos e demanda em meio a um mercado global de cacau cada vez mais sensível a choques de oferta e instabilidade política nas regiões produtoras.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters

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