Volta das chuvas também anima produtor da Bahia

O desenvolvimento de variedades de cacau e de técnicas de manejo tem permitido uma recuperação lenta e gradual dos níveis de produtividade na Bahia, mas a boa e velha chuva continua fundamental. Após uma estiagem que se prolongou por dez meses e derrubou o rendimento das lavouras, o retorno das precipitações no sul da Bahia no fim de junho devolveu aos agricultores a esperança de uma produção melhor.

“A chuva é nosso adubo principal”, diz Valdi Bonfim Santos, que tem uma fazenda de 8 hectares em Gandu. Há seis anos, Santos cultiva um lote de 2 hectares de árvores clonadas por ele próprio, que geram frutos maiores. Mas foi a chuva recente que fez os troncos de seus cacaueiros voltarem a se encher de pequenos frutos, os chamados bilros.

Entre julho de 2015 e junho, o volume de chuvas na estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) de Comandatuba foi de 1.037 milímetros, metade do normal.

Pequeno produtor, Santos prefere não fazer contas para a próxima safra, mas a Agrícola Cantagalo, dona de uma área 725 vezes maior que a dele – 5,8 mil hectares, dos quais 2,2 mil cultivados com cacau -, já vê possibilidade de recuperação da produtividade na safra 2016/17 para os níveis de 2014/15, antes da seca. Jair Macedo, diretor financeiro da Cantagalo, diz que a colheita em 2016/17 pode atingir 90 mil arrobas (1,35 mil toneladas). Em 2015/16, a quebra foi de 40%.

A safra temporã deste novo ciclo, em andamento, ainda tem acusado os efeitos da estiagem. Segundo Macedo, a produção de cacau temporão deve totalizar cerca de 55 mil arrobas (825 toneladas), 20% menos do que a safra temporã anterior. “Nosso objetivo é chegar a 100 mil arrobas, contando a safra temporã e principal. Mas, em função da estiagem, mesmo com a volta das chuvas, ficamos mais cautelosos”, diz.

As perdas têm sido menores em regiões com níveis de produtividade mais altos. Encravados na Zona da Mata, os cooperados da Cooperativa Agrícola Gandu (Coopag) costumam colher 30 arrobas por hectare, ante 20 na média da Bahia. No ano passado, os 600 cooperados entregaram à Coopag 1,9 mil toneladas. Neste ano, a presidente da cooperativa, Ana Paula Silva, estima que esse volume cairá 5% a 10%. “mas com a chuva, a perspectiva [para a próxima safra principal] melhorou. O tempo está perfeito”, afirma Silva. Fonte: Valor

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