Dinâmica de estoques certificados em bolsa influencia cotações da amêndoa
Na última semana, os preços do cacau no mercado futuro voltaram a apresentar alta significativa. Em Nova Iorque, o contrato mais ativo (dezembro/24) subiu 8,1%, encerrando a semana em 8.281 USD/ton. Em Londres, o movimento foi mais moderado, com o contrato de dezembro valorizando 5,1% e fechando em 5.537 GBP/ton. A maior valorização em Nova York reforça o aumento do diferencial negativo entre as cotações das duas bolsas, cenário pouco comum para o mercado futuro de cacau. Entre outras razões, esse descolamento está relacionado à qualidade inferior das amêndoas armazenadas na bolsa de Londres, com o diferencial Londres-Nova Iorque encerrando a semana em US$ – 876,37/tonelada.
A movimentação altista ocorreu apesar de relatos recentes de produtores sobre o bom desenvolvimento da safra 2024/25 (out-set) e do aumento nas entregas na Costa do Marfim nas últimas semanas. O aumento dos preços pode ser explicado, em grande parte, pela persistência de preocupações em relação às condições climáticas e institucionais nos países do Oeste Africano. As incertezas sobre a concretização de uma safra mais robusta ainda são significativas, especialmente após as severas inundações recentes na África Ocidental. Embora os danos às plantações de cacau tenham sido aparentemente limitados, essas inundações ressaltam a vulnerabilidade dos produtores diante de adversidades climáticas. Além disso, a proximidade do prazo para a adequação às normas da EUDR na Europa, sem sinais de adiamento, pode penalizar especialmente os produtores africanos e aumentar a volatilidade dos preços nos próximos meses.
No âmbito macroeconômico, o cenário externo favorável também deve ter contribuído para a alta dos preços. O índice CRB, que reflete o comportamento das principais commodities globais, avançou 1,3%, enquanto o dólar recuou ligeiramente 0,3%. O maior apetite por risco, evidenciado pela valorização das commodities, reflete o início do afrouxamento monetário pelo Federal Reserve dos EUA, em 18 de setembro, e as medidas de estímulo adotadas pela China durante a semana, como a redução de taxas de juros e a emissão de dívida para sustentar o nível de gastos públicos no país.
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